O mk6 apresentou um ótimo
desempeno em Le Mans nas 151 voltas que concluiu, mas teve que deixar a pista
por problemas mecânicos, utilizava um V8 ford 289 (4.7 litros), o primeiro
motor de alto deslocamento em Le Mans, todas as Ferraris tinham menos de
4 litros.
Com a pressa de correr ainda
naquele ano, o Ford já batizado de GT40 (40 se refere à altura dele em
polegadas), foi levado para o circuito de 1000 km de Nürburgring, mas não
conseguiu completar por complicações mecânicas - o mesmo aconteceu em Le Mans, de 3 carros
escritos, nenhum aguentou até o final.
Apesar de não terminarem a
prova, os GT40 tiveram um excelente desempenho, e já mostraram para a Ferrari
que não estavam para brincadeira. Mas a corrida ainda precisava ser ganha,
então a Ford chamou um nome de peso para assumir o projeto, o texano Carroll
Shelby. Seu carro, o Shelby Cobra Daytona Coupe, tinha terminado a corrida no
ano anterior em quarto lugar.
Shelby já estava envolvido com a
Ford em outros projetos, principalmente no GT350, versão mais apimentada do recém-nascido
Mustang, era claramente a pessoa mais adequada para o cargo.
Em 1965, no comando do projeto,
Shelby trouxe os GT40 do Reino Unido para o Texas e decidiu instalar neles os
gigantes motores que a Ford já usava na Nascar, o V8 big block 427 pol³ (7.0
litros) de 500 cavalos, mas o motor também era maior e mais pesado, exigindo
modificações na carroceria, monobloco e suspensão, além da adoção de uma nova
transmissão, de quatro marchas.
Naquele mesmo ano, o novo GT40
venceu as 24 horas de Daytona, uma vitória muito importante que comprovou que
Shelby estava certo, mas o sucesso não se repetiu em Le Mans, pela pressa do
projeto, não se teve tempo para medir o consumo de combustível dos carros, e as
inúmeras paradas para abastecer tiveram o seu preço. Como se não bastasse, o
intenso calor no meio do ano na França castigou os motores, fazendo com que os
dois carros inscritos tivessem que deixar a prova por problemas nas juntas de
cabeçote.
As falhas foram corrigidas em
1966, agora com um carro mais confiável, os quatro inscritos saíram na frente e
mostraram bom desempenho durante toda a prova, apesar de um deles ter alguns
problemas mecânicos e não conseguir concluir, os demais chegaram em primeiro,
segundo e terceiro lugar.
Em 1967, após mais alguns
aprimoramentos, o GT40 ainda ficou em primeiro lugar, esse ano, ele foi
totalmente produzido nos Estados unidos, sendo o primeiro e único carro até
hoje totalmente americano, e pilotado por um americano a vencer as 24 horas de
Le Mans.
Infelizmente, em 1968 os organizadores limitaram o tamanho dos motores para 3 litros, ou 5 litros
para carros com mais de 50 produzidos, sendo o fim do GT40 com o big block de 7
litros, mas o 4.7 ainda estava apto para correr
Nesse ano, a Ferrari Scuderia
ficou fora da prova, as Ferraris que correram eram de equipes independentes e
não atrapalharam a terceira vitória consecutiva da Ford, mas esse ano, um
concorrente veio com tudo, os protótipos da Porsche passaram toda a corrida na
cola dos GT40 e o fato de três dos quatro carros inscritos abandonarem a prova,
deixou a situação ainda mais crítica. Obviamente a Porsche não ia voltar com os
mesmos carros, então o GT40 teve que ser novamente melhorado, desta vez, com
motor aumentado para 4.9 litros e juntas de cabeçote mais resistentes, um único
carro foi inscrito e venceu novamente a Porsche com uma volta de vantagem
No ano seguinte, a Ford
continuou apostando na receita que já tinha dado certo no ano anterior e
colocou dois GT40 para correr que chegaram em primeiro e terceiro lugares.
O GT40 encerrou sua história em
Le Mans com chave de outro, na década seguinte já era um carro obsoleto e
deixou de participar da corrida, o que acabou favorecendo a Porsche que venceu
no ano seguinte.
Depois de aposentados, os GT40
da década de 60 são os Ford mais valorizados atualmente, o primeiro modelo que
venceu a Ferrari está avaliado em mais de 8 milhões de dólares. Em 2005 ele foi
relançado em edição especial com motor 5.4 supercharged e em 2015 a Ford
apresentou um novo Ford GT, não há muitas informações sobre ele, mas terá
produção limitada e deverá custar em torno de 400 mil dólares.
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